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Essa é a história da árbitra que encontrou na dor a força para seguir em frente e continuar sendo parte do jogo que tanto ama
Da redação - 27/11/2023 • 22:05
Fabiana durante arbitragem/ Luciano Muta
A paixão pelo futebol e uma lesão que mudou o curso de uma história foram o ponto de partida para uma jornada emocionante na arbitragem para a moradora de Sidrolandia, Fabiana Nunes Fabrão, de 37 anos.
Sua trajetória com o futsal começou desde muito cedo, mas um revés em 2006, quando sofreu uma lesão no ligamento cruzado do joelho, a afastou das quadras. No entanto, em 2017, um convite de um amigo árbitro, Hudson, abriu portas para um novo capítulo em sua vida.
Inicialmente relutante, Fabiana participou de uma oficina de arbitragem por insistência de Hudson. Duas semanas depois, sem experiência prévia, foi escalada para arbitrar um jogo no campeonato municipal. A incerteza e a falta de familiaridade com as técnicas não foram empecilhos, mas sim um desafio e ela mostrou que o interesse era maior que qualquer coisa.
“Eu dei risada e falei para ele que não tinha nenhuma noção de como bandeirar um jogo e ele falou ‘se vira, agora é com você”, lembra.
Com a orientação e o apoio de Lucas, uma figura paterna no mundo da arbitragem, Fabiana mergulhou de cabeça nesse novo universo. A cada treino, a cada orientação, crescia não apenas seu conhecimento, mas também o amor por essa atividade que unia sua paixão pelo futebol.
Em 2018, ela decidiu formalizar sua entrada na arbitragem, realizando o curso da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Sua estreia oficial ocorreu no estadual feminino, abrindo portas para atuações nas categorias de base e, mais tarde, na Série A do Sul-Mato-Grossense.
Entretanto, em novembro de 2020, um novo obstáculo surgiu. Uma lesão durante um jogo a afastou novamente. Um atleta deslizou de maneira inesperada, causando uma nova ruptura do ligamento cruzado, exigindo cirurgia e um período de recuperação.
O processo de recuperação foi árduo, cheio de dores e desafios. Fabiana passou por cirurgia e dedicou-se à fisioterapia, encontrando no apoio de profissionais e na sua própria determinação a força para voltar. Com persistência, após um longo período afastada, Ela retornou aos treinos e, com apenas 30 dias de pós-operatório, surpreendeu ao passar no teste físico em junho de 2023.
O retorno à arbitragem representou não apenas uma superação física, mas também emocional. A árbitra encontrou na sua jornada de lesões e reabilitação uma oportunidade de voltar a fazer o que ama. Seu retorno não foi apenas um triunfo pessoal, mas também uma inspiração para todos aqueles que enfrentam adversidades.
A história de Fabiana não é apenas sobre arbitragem, é sobre resiliência, determinação e amor pelo esporte. É um exemplo de como os obstáculos podem ser transformados em oportunidades e como a paixão pode nos levar além dos nossos limites.
Essa é a história da árbitra que encontrou na dor a força para seguir em frente e continuar sendo parte do jogo que tanto ama.
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