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Campo Grande - sábado, 2 de novembro de 2024

Puccinelli vê o futuro de Campo Grande em um retrovisor

Bastidores - Promessas do pré-candidato lembram um museu de promessas e ignora traições e operações

Da Redação - 02/05/2024 • 12:12

André Puccinelli/A FOTO


André Puccinelli, décadas depois, segue como líder incontestável do MDB de Mato Grosso do Sul e se prepara para uma nova campanha neste ano, quando tenta voltar a ocupar a cadeira de prefeito de Campo Grande, onde sentou de 1997 a 2005. Experiente, o ex-governador no alto dos seus 75 anos não consegue disfarçar o óbvio: um projeto de futuro baseado no passado.

Porém, debaixo do tapete das glórias antigas, Puccinelli esconde um novelo que vai de traições a suspeitas e operações policiais. Dono de um público ainda fiel, mas que não foi capaz de sequer levar ao 2º turno das eleições ao Governo em 2022, o desafio é como conquistar novos votos e novas gerações, que muitas vezes nem lembram da estada do italiano no Governo, quanto mais na Prefeitura da Capital.

As administrações de Puccinelli foram marcadas por reestruturações e grandes obras, grande parte bancada pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) petista e, ao fim, com a benção da ‘fada madrinha’ Dilma Rousseff – apelido dado pelo próprio ex-governador ainda na gestão Lula 2. A fada depois virou inimiga, o apelido foi esquecido, e o tratamento foi diferenciado por parte do político regional, acusado de traição e de esquecer quem o ajudou.

Foram empreendimentos que mudaram a cara de Campo Grande e de todo Mato Grosso do Sul, mas que também tiraram Puccinelli das eleições de 2018 e o levaram para a cadeia. Como as obras eram jorradas por dinheiro federal, foi de responsabilidade da Polícia Federal investigar possíveis desvios, e a Lama Asfáltica levou por terra anos e anos políticos do italiano. Além de ruir com o grupo político do então PMDB.

Puccinelli completou cinco meses preso, até a liberdade em dezembro de 2018. Aos poucos, foi retornando ao jogo político. Em 2022 tentou novamente o Governo do Estado. Dono de público cativo, não conseguiu mais, e ficou de fora do segundo turno para o depois eleito Eduardo Riedel (PSDB) e o bolsonarista Capitão Contar (PRTB).

Agora, pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande, Puccinelli tem o mesmo desafio: como conquistar um público novo? Já ficou provado que só apostar nas conquistas do passado não é garantia de vitória e novas gerações podem facilmente se perguntar: afinal, quem é André Puccinelli?

Tags: eleições, politica, prefeitura,